Eu não gosto, não gosto pelo simples fato de que você é obrigado a andar em terreno que não é seguro, você se sente pisando em cacos de vidro, como se cada passo fosse perigoso demais pra você ficar em paz com sua consciência. Se ele está com você, ali nada mais importa, mas no outro dia ele pode ir embora e você ficar apenas com as marcas do toque da mão dele na tua pele. A alegria impulsiva é igual á bebedeira, ela vai e vem, ela confunde e te domina ás vezes, ela vicia e te faz achar que tem o direito de cometer todas as loucuras que você desejar. E aí se você fecha a porta e volta pra vida real, é como se a fantasia ficasse do outro lado, em outro plano, e por você, é neste plano que você moraria para sempre.
Mas mesmo sabendo dos riscos, você se entrega, e depois faz cara de quem segura um grito e um choro enquanto ri.
Ás vezes ficar sozinha é melhor, porque não tem loucura nenhuma, nem paixão, só razão. E eu gosto da razão. Mas o doce sabor de tudo é ficar louca e ter um cúmplice. Afinal não tem graça ser fora da lei sozinha.
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